Melaleuca alternifolia Cheel (Myrtaceae), Citrus limon (L.) Burm.f. (Rutaceae), Caryocar brasiliense Cambess (Caryocaraceae), Pelargonium graveolens L´Hér (Geraniaceae) e extrato de Própolis como inibidores in vitro de Sporothrix schenckii

Resumo

A esporotricose, uma micose subcutânea causada por fungos do gênero Sporothrix, tem o itraconazol como terapia de primeira escolha. Relatos de resistência têm sido observados tanto ao itraconazol quanto à anfotericina B, culminando em falhas nos tratamentos e surgimento de casos clínicos com infecções pulmonar ou sistêmica. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro o efeito dos óleos essenciais (OEs) de Melaleuca alternifolia Cheel (Myrtaceae), Citrus limon (L.) Burm.f. (Rutaceae), Caryocar brasiliense Cambess (Caryocaraceae), Pelargonium graveolens L´Hér (Geraniaceae) e extrato de própolis isolado ou em associação, na inibição do crescimento de S. schenckii. Os métodos utilizados foram Kirb-Bauer, difusão de disco em ágar, Concentração Inibitória Mínima e Concentração Fungicida Mínima. Os óleos essenciais e o extrato de própolis inibiram o crescimento fúngico, superando os efeitos do itraconazol. Este foi capaz de inibir o crescimento de S. schenckii até a diluição de 4mg.mL-1 (diluição 10-3). Os OEs de melaleuca, gerânio, limão, todos na concentração de 10mg.mL-1 e extrato de própolis na concentração de 20mg.mL-1, foram capazes de inibir, respectivamente, o desenvolvimento desse fungo em concentrações inferiores a 0,325mg.mL-1 (diluição 10-6), a 0,15625mg.mL-1 (diluição 10-7), a 0,325mg.mL-1 (diluição 10-4) e a 0,625mg.mL-1 (diluição 10-6). Os óleos essenciais de gerânio e melaleuca apresentaram os melhores efeitos inibitórios e potencial fungicida contra S. schenckii. Os resultados obtidos neste estudo sugerem que futuros testes in vivo sejam feitos para avaliar a eficácia desses fitoterápicos como tratamento alternativo contra a esporotricose.