UM PANORAMA DA DISCUSSÃO SOBRE ANSIEDADE NOS PERIÓDICOS NACIONAIS DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Resumo

Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2017, o Brasil foi considerado o país mais ansioso do mundo, com 9,3% da população diagnosticada com o transtorno. Explicar e tratar a ansiedade torna-se, então, um desafio para diferentes teorias psicológicas, dentre elas a Análise do Comportamento. O objetivo deste artigo é sistematizar como a literatura analítico-comportamental nacional tem discutido o comportamento ansioso. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfico-exploratória, cujas fontes foram artigos publicados em revistas nacionais especializadas em Análise do Comportamento, e que apresentaram algum dos subtipos de ansiedade tipificados pelo DSM-V. Foram selecionados e documentados 15 artigos, cujas informações foram agrupadas em categorias de análise que compilaram as principais temáticas associadas à discussão da ansiedade. A literatura analítico-comportamental critica concepções teleológicas e internalistas de ansiedade, e a entende como um fenômeno comportamental complexo, uma vez que sua explicação pode envolver aspectos filogenéticos, ontogenéticos e culturais. A despeito de sua complexidade, as discussões analítico-comportamentais se concentraram no nível ontogenético. Nesse domínio, o comportamento ansioso exibe interações de respostas reflexas e operantes, com topografias abertas e encobertas, que ocorrem com a função de evitar o contato com estímulos aversivos condicionados. Embora possa também ser entendido como “normal”, foram citados diferentes modelos e técnicas psicoterápicas analítico-comportamentais (FAP, SiMCCIT) para lidar com o comportamento ansioso como queixa clínica. Destaca-se a importância de a Análise do Comportamento expandir os estudos sobre a ansiedade ao nível cultural, buscando estratégias de prevenção e enfrentamento do fenômeno com potencial de alcance mais amplo.