Qualidade microbiológica da água do Córrego Corredor em Mário Campos – MG, região metropolitana de Belo Horizonte
DOI:
https://doi.org/10.46311/2178-2571.40.eURJ4510Palavras-chave:
Análise de água, Coliformes, Escherichia coliResumo
Em 2019, foi instalada pela Prefeitura de Mário Campos, às margens do Córrego Corredor, no bairro Bela Vista, uma estação de tratamento de esgoto que lança o esgoto tratado diretamente no córrego. Esse fato alterou o aspecto colorimétrico e induziu um forte odor, causando transtornos à população local, que, além de sofrer com o mau cheiro, desconhece a qualidade da água em questão. Mesmo assim, a população utiliza essa água para irrigar parte das hortaliças folhosas que alimentam a população local e grande parte da região metropolitana de Belo Horizonte. Em 2021, o presente trabalho teve início com o objetivo de avaliar os parâmetros microbiológicos da água do córrego antes e depois do lançamento do esgoto tratado e compará-los aos padrões de potabilidade descritos na Resolução Conama nº 357/2005. As análises de presença de coliformes foram realizadas conforme o Manual da Funasa (Brasil, 2006) e por análises com sonda multiparamétrica para determinação dos padrões físico-químicos. A presença de bacteriófagos foi avaliada utilizando Escherichia coli como isca. As condições da água estão distantes do desejável com base nos parâmetros microbiológicos, ultrapassando muitas vezes o limite de 100 UFC/mL, indicando níveis excessivos de coliformes totais e termotolerantes. Foi detectada a presença de colifagos, bioindicador que confirma a presença de E. coli. Os padrões físico-químicos também estavam em desacordo com os exigidos para potabilidade. Este estudo é pioneiro em investigar a qualidade da água do Córrego Corredor e evidencia que a água está imprópria para a irrigação das hortaliças consumidas cruas.
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