A família e a escola como agências socializadoras da infância: uma análise à luz da sociologia da infância
DOI:
https://doi.org/10.46311/2178-2571.38.eURJ4473Palavras-chave:
Crianças, Nouvelle Vague, sociologia da infância, Truffaut.Resumo
A sociologia da infância (doravante, SI) procura reafirmar que as crianças devem ser percebidas como atores sociais, sujeitos de direitos e cocriadores de sua cultura. É possível fazer isso a partir de várias linguagens e narrativas, tanto na realidade das escolas e das ruas quanto na ficção dos contos e do cinema, como na obra “Os incompreendidos” de François Truffaut (1932-1984). O método utilizado foi o uso de filmes documentais e/ou de ficção como instrumento de problematização, com o intuito de fazer reflexões sobre o filme à luz dos conhecimentos da SI, realizando incursões sobre os papéis da escola e da família, consideradas agências socializadoras da infância. Após o levantamento bibliográfico acima, permite-se a possibilidade de que este ensaio possa contribuir de forma inédita para a discussão do tema da SI, a partir das reflexões interligadas entre a teoria dela a partir dos elementos fílmicos de Truffaut, particularmente da película “Os incompreendidos”, de 1959. O olhar constante de que as crianças são o futuro retira-lhes qualquer possibilidade de viverem o hoje, de ativarem seu papel e de se conectarem efetivamente com seu tempo. Em “Os incompreendidos”, percebe-se o incômodo que Truffaut demonstra com a educação escolar e com o papel da família, denunciando a indiferença que o mundo adulto apresenta em relação às crianças. Unido ao desejo de escapar do convencionalismo tanto estético como temático, Truffaut contribui para enfrentar a visão dessubjetivada da infância e como mais um apoio para a crítica ao modelo sobre que ora se outorga como dominante: o modelo escolar adultocêntrico.
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