Injúrias Físicas Sofridas por Mulheres: Prevalência Registrada no IML de Maringá-PR
DOI:
https://doi.org/10.46311/2318-0579.28.eUJ947Resumo
Os fatos documentados na atualidade sugerem que as lesões mais sofridas por mulheres
não são acidentais, mas sim ocasionadas por atos de violência de várias origens, sendo
as principais a agressão física, sexual e psicológica. Este estudo objetivou caracterizar
as injúrias físicas sofridas pelo gênero feminino, destacando fatores sociodemográficos
relacionados. Trata-se de um estudo documental, quantitativo, realizado em 852 laudos
do Instituto Médico Legal (IML) do município de Maringá-PR, referentes ao ano de
2006. Idade, estado civil e padrão educacional foram consideradas variáveis
sociodemográficas. Para variáveis lesionais considerou-se a “região do corpo
acometida”, a “origem/natureza da injúria” e a “ocorrência de abuso sexual”. A análise
dos dados ocorreu de forma descritiva e por tabelas de contingência entre variáveis
sociodemográficas e lesionais. Os resultados demonstraram que as lesões ocorreram
predominantemente na faixa etária de 20 a 39 anos (50% dos casos), em mulheres sem
companheiro (75,7%) e com ensino fundamental incompleto (36,7%). Além disso, a
região mais acometida foi cabeça/face (45,7%), sendo a agressão física (79,2%) a
origem mais comum. A grande maioria (90,9%) não sofreu abuso sexual, porém o abuso
se mostrou associado estatisticamente a menor padrão educacional (χ2= 13,0; p<0,05),
crianças (χ2= 72,4; p<0,0001) e adolescentes (χ2= 36,1; p<0,0001). Da análise
realizada, conclui-se que mulheres adultas, sem companheiro e de baixo padrão
educacional representam um perfil de risco para agressão, que crianças e adolescentes
representaram a opção de escolha para abuso sexual e os traumatismos maxilofaciais
são fequentes, e representam uma importante relação entre a Odontologia e a violência
contra a mulher.
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