LEPTOSPIROSE CANINA: RELATO DE CASO

Autores

  • CAROLINA YUKA YASUMITSU
  • DOUGLAS EVANDRO DOS SANTOS
  • VITÓRIA GÂMBARO STECANELLA
  • MONIQUE RUSH ROSSATO
  • BRUNA LETÍCIA DOMINGUES MOLINARI

Palavras-chave:

Cães, Leptospirose, Sorologia, Zoonose

Resumo

A leptospirose, doença infectocontagiosa de caráter febril, causada pela bactéria Leptospira interrogans, possui potencial zoonótico e apresenta distribuição mundial. A infecção ocorre através do contato direto da bactéria com mucosas e pele lesionada ou íntegra, promovendo quadro sistêmico. Os roedores são os principais reservatórios do agente, eliminando-o através da urina. Cães podem ser hospedeiros e favorecer a transmissão para seres humanos. O objetivo deste estudo é relatar um caso de leptospirose canina diagnosticada na cidade de Curitiba/PR em 2019. Foi atendido na Clínica Veterinária Garibaldi, um cão macho, SRD, 10 anos, 20Kg, sem histórico de vacinação e com queixa principal hematúria, apatia, hiporexia e emagrecimento progressivo a 5 dias. A tutora relatou presença abundante de ratos nas proximidades da sua residência devido a um estabelecimento de processamento de materiais recicláveis. Ao exame físico observou-se icterícia severa em todas as mucosas, aumento dos linfonodos submandibulares e poplíteos, dor a palpação abdominal, frequência cardíaca de 120bpm, frequência respiratória de 46rpm, temperatura retal de 40ºC e TPC de 3 segundos. Diante da suspeita de leptospirose, foram solicitados hemograma, análise bioquímica sérica (ureia, creatinina, ALT e FA), proteínas totais e teste sorológico imunoenzimático (ELISA) para leptospirose. Constatou-se no exame hematológico anemia normocítica normocrômica e leucocitose por neutrofilia com neutrófilos hipersegmentados e alteração tóxica. A análise bioquímica evidenciou aumento da creatinina (15,6mg/dl), ureia (458,8 mg/dl), ALT (154 UI/L) e FA (522 UI/L). O teste sorológico mostrou-se reagente para os sorovares icterohaemorrhagiae (1:100), copenhageni (1:100) e canicola (1:100). Os resultados obtidos indicaram leptospirose, e o protocolo terapêutico instituído para o paciente foi com fluidoterapia (NaCl 0,9%), cloridrato de ranitidina (2mg/kg, BID, SC), suplemento vitamínico (0,2 mg/kg, SID, IV) e antibioticoterapia a base de benzilpenicilina procaína 10.000.000 UI, benzilpenicilinabenzatina 10.000.000 UI e dihidroestreptomicina (sulfato) 20g, na dose de 1ml/10kg, SC, a cada 48 horas. Após 4 dias de internamento o animal desenvolveu hemorragia pulmonar evoluindo para óbito. A leptospirose pode apresentar prognóstico favorável quando diagnosticada e tratada antes do agravamento da sintomatologia, para isso, o diagnóstico precoce da doença é de extrema importância. Ressalta-se a importância da vacinação dos cães e o controle de roedores.

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Publicado

2019-09-24

Como Citar

YASUMITSU, C. Y., SANTOS, D. E. D., STECANELLA, V. G., ROSSATO, M. R., & MOLINARI, B. L. D. (2019). LEPTOSPIROSE CANINA: RELATO DE CASO. Uningá Review, 34(S1), 36. Recuperado de https://revista.uninga.br/uningareviews/article/view/3099

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